Pardo é a denominação usada para nomear um dos grupos étnicos que são identificados dentro da população do Brasil. A classificação foi criada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com informações dadas pela gerência do Instituto “o termo pardo remete a uma miscigenação de origem preta ou indígena com qualquer outra cor ou raça. Alguns movimentos negros utilizam preto e pardo para substituir o negro e alguns movimentos indígenas usam indígenas e pardos para pensar a descendência indígena. É uma categoria residual, mas que é a maioria”. Assim, as pessoas pardas são as que possuem esta miscigenação.
Historicamente o termo pardo começou a ser utilizado no Brasil durante o período colonial e não era representativo de uma etnia, como acontece atualmente.
A expressão era utilizada na representação de uma "hierarquia social" que existia na época. O termo era empregado como referência a uma classe social considerada intermediária, que era socialmente localizada entre os cidadãos brancos (descendentes de europeus) e os escravos negros.
Como reconhecer a etnia parda?
São conhecidas três diferentes formas de identificação da etnia parda: autodeclaração, identificação biológica e heteroclassificação.
Na autodeclaração, também chamada de autoidentificação, é a própria pessoa que se identifica como pertencente à etnia. Esta é a situação utilizada pelo IBGE durante a realização do censo populacional, já que são os próprios entrevistados que determinam à qual etnia pertencem quando são entrevistados. De acordo com o Instituto, o critério fundamental para que as pessoas se declarem como pardas é sua origem.
A identificação biológica acontece através de uma análise genética de DNA que, através dos resultados, determina quais os componentes étnicos-biológicos do indivíduo.
Já a heteroclassificação ou heteroidentificação, ocorre através do reconhecimento por semelhança, quando uma outra pessoa indica em qual grupo étnico o indivíduo se encaixa. De acordo com o IBGE, a heteroidentificação ocorre através da identificação de características fenotípicas, ou seja, de características físicas que são típicas da etnia.
Fenótipo pardo
Pela grande variedade de miscigenação encontrada na população brasileira, não é fácil identificar quais são as principais características fenotípicas dessa etnia.
Assim, há quem defenda que, mais importante do que a determinação de características físicas, é a presença da condição da miscigenação que determina a classificação de um indivíduo como pardo. Isso significa que uma pessoa é parda quando está enquadrada na etnia, em razão das misturas de sua ascendência.
Dados estatísticos
Conforme a orientação do censo do IBGE, são enquadrados na população parda todas as pessoas que se declarem como: mulata, cabocla, cafuza ou mameluca. O Instituto também inclui nessa parcela da população os autodeclarados mestiços de preto com pessoa de outra cor ou etnia.
Os dados mais recentes, do ano de 2016, apontam que 46,7% dos cidadãos brasileiros se declaram como pardos, sendo que o número vem aumentando nos últimos anos. Assim, conclui-se que a população parda corresponde à maior parte da população do país.
Conforme os dados recolhidos na pesquisa, o aumento da população parda é justificado pelo processo de miscigenação, ou seja, o aumento da mistura populacional faz com que o percentual de pessoas pardas se eleve.
População parda nas regiões brasileiras
Também de acordo com os dados publicados em 2016, os maiores percentuais da população parda encontram-se localizados nas regiões norte (72,3%), nordeste (64,7%) e centro-oeste (55,3%) do país.
Outras classificações de etnia
A classificação do IBGE estabelece que, além dos pardos, há outros quatro grupos étnicos compõem a população brasileira. São eles:
- Negros
- Brancos
- Indígenas
- Amarelos
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