Mulheres importantes na história do Brasil e do Mundo
Existem muitas mulheres que se destacaram em diferentes épocas da história, desde os períodos mais antigos até atualmente. Pelos mais variados motivos ou formas de contribuição elas deixaram sua marca na história brasileira e mundial e, muitas vezes, não tiveram o reconhecimento merecido.
Para saber mais sobre a importância de algumas destas mulheres, conheça um pouco mais sobre a vida e a história de mulheres que fizeram a diferença na história do Brasil e do mundo.
1. Bárbara de Alencar (1760-1832)
Bárbara Pereira de Alencar era uma revolucionária e foi a primeira mulher presa política do Brasil. Lutou na Revolução Pernambucana (1817) e na Confederação do Equador (1824). É avó do escritor José de Alencar (1829-1877).
Nascida em uma rica família pernambucana, viveu e foi proprietária de terras no Cariri (Ceará), e era opositora da Monarquia vigente no Brasil. Seu posicionamento, contrário à maioria dos fazendeiros da região, fez com que ela precisasse abandonar a fazenda em que vivia.
Aos 57 anos, foi uma das líderes da Revolução Pernambucana, movimento que aconteceu em 1817, contra a Monarquia Portuguesa no Brasil e a favor da independência do país. O movimento foi extinto em poucos dias, Bárbara e outros revolucionários foram presos. Foi enviada para Fortaleza e depois para Salvador.
Foi libertada em 1820, retornando para o Crato. Alguns anos mais tarde, se envolveu na batalha da Confederação do Equador, movimento separatista que se estendeu por várias regiões do Nordeste.
Sofreu perseguição política e precisou fugir após a Confederação do Equador. Faleceu aos 72 anos na região do Piauí.
2. Maria Quitéria de Jesus (1792-1853)
Maria Quitéria de Jesus tem seu reconhecimento na história do Brasil pois foi a primeira mulher a conquistar um lugar nas Forças Armadas do país. Durante sua trajetória no Exército esteve envolvida em diversas batalhas, dentre elas a luta pela independência do país, que aconteceu no dia 7 de setembro de 1822.
Conta-se que, para conseguir se alistar no Exército, que não permitia a presença feminina na época, ela cortou os cabelos e alistou-se como um homem, sob a alcunha de Medeiros, seu último sobrenome.
Algum tempo depois ela teve sua identidade descoberta, mas sua permanência no Exército foi permitida, pois obteve o reconhecimento de suas qualidades como militar, principalmente sua conduta disciplinar. Maria Quitéria também foi considerada uma excelente atiradora, o que era muito importante no período de revoluções que o país vivia.
Sua trajetória militar, ainda que causasse muita estranheza na época, foi reconhecida publicamente com a concessão de promoções e condecorações. Maria Quitéria recebeu a condecoração da Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul, que foi entregue pessoalmente pelo Imperador do Brasil na época, Dom Pedro I.
3. Nísia Floresta (1810-1885)
Nísia, nascida Dionísia Gonçalves Pinto, foi escritora e professora. Seu trabalho e suas ideias sobre educação feminista são considerados de vanguarda para a época em que viveu.
Acreditava que o trabalho era a principal ferramenta de emancipação das mulheres e por isso criou uma escola em que as alunas tinham aulas sobre conteúdos que até então eram restritos aos homens, como ciências sociais e matemática.
Ela registrou a importância da defesa do trabalho como meio de emancipação da mulher no livro Direitos das mulheres e injustiça dos homens, publicado em 1832.
Dionísia é reconhecida como a primeira feminista do Brasil, por sua atuação na defesa das mulheres e pelo incentivo à liberdade através do trabalho.
4. Ada Lovelace (1815-1852)
A britânica Ada Augusta King foi responsável pela criação do primeiro algoritmo processado por uma máquina. Por este feito ela é hoje considerada como a primeira programadora do mundo, expressão que ainda não existia no século XIX, quando ela viveu. Ada, também conhecida pelo título de Condessa Lovelace, era filha do poeta romântico Lorde Byron (1788-1824).
A Condessa Lovelace trabalhou no projeto de uma máquina analítica, juntamente com o matemático Charles Babbage. Esta máquina, que tinha um funcionamento mecânico, é classificada como o primeiro protótipo de um computador. Durante o trabalho com Babbage, em 1842, Ada criou e inseriu no projeto os algoritmos que permitiram que a máquina funcionasse.
Esta contribuição com os algoritmos de Ada é reconhecida como uma parte fundamental da história e do avanço da informática e da programação no mundo.
5. Anita Garibaldi (1821-1849)
A catarinense Ana Maria de Jesus Ribeiro, historicamente conhecida como Anita Garibaldi, foi uma mulher que viveu no século XIX. Anita foi uma revolucionária que lutou principalmente pela Revolução Farroupilha, acompanhado pelo italiano Giuseppe Garibaldi, seu marido.
A Revolução Farroupilha (Guerra dos Farrapos) foi uma guerra de cunho separatista que aconteceu no período entre 1835 e 1845 no atual território do Rio Grande do Sul. A partir da ocorrência da Revolução Farroupilha, a região, que na época ainda era chamada de Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, tornou-se independente e recebeu o nome de República Rio-Grandense.
Além da Guerra dos Farrapos, Anita Garibaldi também esteve envolvida na Batalha de Gianicolo, na Itália, que tinha o objetivo de unificar o país.
Anita Gabribaldi, que viveu apenas 27 anos, foi considerada uma mulher à frente de seu tempo, principalmente por seu envolvimento com as revoluções e por colocar sua vida a serviço de causas que considerava importantes.
6. Emmeline Pankhurst (1858-1928)
Emmeline é uma mulher muito importante para a história do feminismo mundial. Ela foi a fundadora da União Social e Política das Mulheres (Women's Social and Political Union) no ano de 1903. Emmeline é reconhecida como uma das grandes líderes do movimento feminista inglês e do sufragismo, a luta das mulheres pelo direito ao voto.
Durante sua vida ela atuou como uma ativista incansável pelos direitos das mulheres e pelo direito à manifestação pública sem violência e repressão. Com o passar dos anos e sem ver grandes resultados em suas lutas, Emmeline passou a adotar estratégias mais radicais de ativismo, como a organização de greves de fome e outras ações consideradas impactantes para a sociedade da época. Em virtude de sua trajetória combativa de luta ela chegou a ser presa em algumas ocasiões.
Emmeline foi casada com Richard Marsden Pankhurst, um advogado que também tinha envolvimento com a defesa dos direitos das mulheres. Ele foi o autor de projetos de lei que visavam beneficiar as mulheres na obtenção de direitos que ainda não eram reconhecidos na época.
7. Marie Curie (1867-1934)
Marie Skłodowska Curie foi uma cientista nascida na Polônia. Ela fez pesquisas relevantes sobre química e física, principalmente sobre a radiação. Foi responsável pela descoberta de dois elementos químicos importantes: rádio (Ra) e polônio (Po).
Além desta descoberta, que foi fundamental para o progresso da ciência, Marie tem destaque pois foi a primeira mulher do mundo a receber um prêmio Nobel (de Física). Também foi a primeira mulher a concluir um doutorado na Universidade de Sorbonne, na França.
Depois de receber o Nobel pela descoberta do rádio e do polônio, trabalho que executou com o marido Pierre Curie, Marie recebeu um segundo prêmio Nobel (de Química) por suas pesquisas sobre a aplicação e os benefícios da radioatividade.
Além de suas pesquisas sobre radiação, que foram fundamentais para o avanço da ciência, Marie também trabalhou na criação de um sistema de radiografia que foi usado para o tratamento de soldados durante a Primeira Guerra Mundial.
8. Maud Wagner (1877-1961)
A americana Maud Stevens Wagner foi a primeira mulher tatuadora de que se tem notícia. Mas, antes de entrar no universo dessa profissão, era artista de circo e fazia contorcionismo e trapézio.
Em uma viagem com o circo conheceu o tatuador Gus Stevens, com quem casou algum tempo depois. Logo depois de se conhecerem, Maud convenceu Gus a ensiná-la a tatuar.
Viveram juntos por muitos anos, viajando e tatuando por vários países e tiveram uma filha, Lotteva Wagner Davis, que assim como os pais, também se tornou tatuadora.
Ao longo dos anos Maud ficou com o corpo coberto por tatuagens, a maioria delas feitas por Gus.
Nessa época, as máquinas de tatuagem já começavam a ser mais populares, mas Maud sempre trabalhou com uma técnica manual, chamada de handpoke – tatuagens feitas manualmente com uma agulha.
Maud morreu aos 83 anos, de causa desconhecida.
9. Eleanor Roosevelt (1884-1962)
Anna Eleanor Roosevelt foi uma diplomata americana ativista pela causa dos direitos humanos e pela conquista de direitos das mulheres. No período entre 1945 e 1952 ocupou o cargo de Embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU).
Nesta época ela presidiu a comissão que escreveu e publicou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, um dos mais importantes documentos já aprovados sobre o tema.
Ela também foi primeira-dama do país entre 1933 e 1945, durante o governo de seu marido Franklin Roosevelt.
Já durante o governo do presidente John Kennedy, entre 1961 e 1963, ela foi presidente da Comissão Presidencial sobre o Status da Mulher. A criação desta comissão injetou força na segunda onda do feminismo nos Estados Unidos.
10. Tarsila do Amaral (1886-1973)
Tarsila de Aguiar do Amaral foi uma pintora e artista plástica brasileira que pertenceu ao movimento modernista. No início da década de 1920 mudou-se para Paris, onde estudou e manteve contato com artistas importantes da época.
Foi uma participante fundamental durante a realização da Semana de Arte Moderna de 1922, juntamente com outras artistas como Pagu e Anita Malfatti.
Tarsila esteve envolvida, juntamente com o marido Oswald de Andrade, na criação do movimento Antropofágico, na década de 1920, considerado uma das nuances mais radicais do modernismo. O manifesto defendia que a arte estrangeira fosse "devorada", por isso foi batizado de Antropofagia. O movimento defendia que as inovações técnicas e artísticas estrangeiras deveriam ser utilizadas, desde que fossem usadas sem perder a identidade cultural brasileira.
Dentre suas obras mais famosas estão os quadros Abaporu, pintado em 1928 e Operários, de 1933.
Além de sua importância nas artes, Tarsila também foi uma mulher que ultrapassou os limites sociais da época em sua vida privada. Casou-se por duas vezes, o que não era comum na época.
11. Carlota Pereira de Queirós (1892-1982)
Carlota Queirós foi uma médica, deputada e ativista. Foi a primeira mulher eleita para ocupar um cargo de deputada no Brasil, sendo eleita deputada federal no ano de 1934. Além de ter sido a primeira mulher eleita, durante todo seu foi a única mulher a ocupar o cargo dentre mais de 250 deputados.
Ela foi uma ativista pelo reconhecimento dos direitos das mulheres e fez parte de diversos movimentos que lutavam por essa causa. Em suas atividades elas unia a medicina e o ativismo e criou projetos ligados à assistência social e à alfabetização, sempre focada em utilizar a medicina como meio de transformação social.
Foi a fundadora da Associação Brasileira de Mulheres Médicas (ABMM) no início dos anos 50. Presidiu a associação durante a década de 1960 e buscou com seu trabalho dar destaque às necessidades das mulheres dentro da medicina.
12. Nise da Silveira (1905-1999)
Nise da Silveira foi uma psiquiatra responsável por mudanças importantes na forma de execução de tratamentos psiquiátricos no Brasil. Ela se formou em medicina no ano de 1931, sendo a única mulher em uma turma com mais de 150 colegas homens.
Nise não acreditava que os tratamentos psiquiátricos comuns na época, como aplicação de eletrochoque e lobotomia pudessem trazer bons resultados aos pacientes psiquiátricos internados em manicômios. Durante sua carreira ela contestou e lutou por mudanças nos tratamentos psiquiátricos, especialmente com os pacientes esquizofrênicos. Ao contrário disso, ela acreditava que bons resultados viriam seriam consequência de tratamentos mais humanizados, baseados em terapia, arte e atenção.
Quando assumiu uma vaga em um centro psiquiátrico no Rio de Janeiro lutou desde o princípio para que as formas agressivas de tratamento não fossem mais usadas. Apesar do descaso com que suas ideias foram tratadas por seus colegas, aos poucos ela passou a utilizar as artes plásticas com seus pacientes.
Com a aplicação da arte como terapia ela obteve excelentes resultados, chegando a organizar exposições com as obras produzidas por seus pacientes. Nise conseguiu observar e comprovar a melhora indiscutível dos pacientes esquizofrênicos ao longo de sua carreira na medicina.
A psiquiatra Nise da Silveira, com toda sua contestação acerca dos métodos de tratamento psiquiátrico, revolucionou definitivamente o tratamento de saúde mental do Brasil.
13. Frida Kahlo (1907-1954)
Frida Kahlo, nascida Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, foi uma pintora nascida no México. Ficou conhecida por retratar sua dolorosa trajetória de vida em suas pinturas multicoloridas.
A história da pintora é atravessada por inúmeros problemas de saúde decorrentes de uma poliomielite que teve na infância e de um grave acidente de trânsito que sofreu durante a juventude. Durante a vida ela enfrentou inúmeras cirurgias e internações hospitalares. Sua dor e sua sobrevivência foram retratadas em suas pinturas surrealistas. Frida também deixou registros em diários, cartas e fotografias.
Foi casada por duas vezes com o pintor Diogo Rivera, com quem teve uma união bastante conturbada. Viveu um caso com Leon Trotski em uma de suas separações. As dores emocionais de sua vida afetiva também foram registradas na sua obra.
No final de década de 1930 tornou-se uma pintora reconhecida internacionalmente, expondo sua obra em cidades como Nova York e Paris. Entre suas inúmeras obras famosas estão: Autorretrato com macaco (1938), O que a água me deu (1938), As duas Fridas (1939) e A coluna partida (1944).
14. Carolina de Jesus (1914-1977)
Carolina Maria de Jesus é uma escritora brasileira. Viveu boa parte da vida na pobreza e sobrevivia como catadora de papel.
Era apaixonada por literatura e apesar do pouco estudo, escrevia diários continuamente, relatando seu cotidiano. Contava com detalhes as dificuldades que enfrentava para sobreviver e sustentar os três filhos na Favela do Canindé, em São Paulo.
Seus relatos registram cenas de preconceito racial, pobreza e desigualdade social. Com resiliência, crítica e esperança ela fala sobre dificuldades do dia-a-dia na favela, registradas em sua autobiografia, o Diário de Bitita.
Na década de 1960 foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, que se interessou por seus escritos e publicou o livro Quarto de despejo. A publicação chegou a ficar em primeiro lugar entre os livros mais vendidos e mudou a vida de Carolina, que conseguiu sair da favela e viajou para lançar o livro em outras cidades.
Em pouco tempo perdeu o dinheiro que havia conquistado e faleceu do mesmo jeito que viveu boa parte da vida: com pouco dinheiro e quase sem amigos.
15. Zuzu Angel (1921-1976)
Zuleika de Souza Netto, conhecida como Zuzu Angel, tem seu nome ligado ao combate ao regime militar no Brasil. Ela, que era estilista, dedicou parte da vida ao ativismo, ao denunciar as violências praticadas durante os anos de ditadura no país. Ela chegou a fazer denúncias à imprensa internacional.
Zuzu era mãe de Stuart Angel Jones, que foi uma das vítimas da ditadura. Ele, que fazia parte do Movimento Revolucionário 8M, foi preso, torturado e assassinado em 1971.
Após a morte do filho ela lutou pelo direito de receber informações e encontrar o corpo para poder enterrá-lo, o que nunca aconteceu. Além disso, dedicou os anos seguintes a denunciar o regime.
Alguns anos depois, em abril de 1976, ela morreu em um acidente de carro. As causas do acidente são bastante nebulosas e a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos reconheceu que a responsabilidade da morte de Zuzu recai sobre o governo militar.
16. Rosa Parks (1913-2005)
Rosa Parks é um dos símbolos da luta antissegregação nos Estados Unidos. Seu ativismo começou a partir de uma situação pessoal de preconceito racial.
No ano de 1955 Rosa estava em um ônibus e negou ceder seu lugar a uma pessoa branca. Neste período o país vivia imerso em uma imensa segregação social e a cidade de Montgomery, (Alabama) onde o fato aconteceu, possuía uma Lei de Segregação. Rosa chegou a ser presa acusada de violar a lei.
A partir desta situação surgiu um movimento de boicote aos ônibus da cidade, como uma resposta social ao descontentamento com a divisão racial que existia.
O movimento rendeu frutos e, no ano seguinte, a Lei de Segregação Racial foi declarada inconstitucional pela Suprema Corte dos Estados Unidos, sendo abolida em todo o Alabama.
17. Rosalind Franklin (1920-1958)
Rosalind Elsie Franklin foi uma química britânica que dedicou sua vida à pesquisa na área das ciências, sendo considerada uma das mulheres que mudou a história da ciência mundial.
Ela estudou importantes questões como desenvolvimento de vírus e as estruturas do DNA e do RNA. Suas pesquisas também incluíram compostos como carvão, grafite e o funcionamento do raio-x.
Entretanto, considera-se que o trabalho de Rosalind não foi reconhecido devidamente durante sua vida, especialmente pelo desprezo com o qual parte da comunidade científica tratou seu trabalho na época. No período em que Rosalind viveu a presença das mulheres na pesquisa e na ciência não era comum e seu trabalho foi desvalorizado.
18. Audre Lorde (1934-1992)
Audrey Geraldine Lorde, que adotou o nome Audre, foi uma escritora e ativista feminista, motivada principalmente pela defesa de direitos civis e direitos das mulheres. O racismo e a opressão ao povo negro também foram pautas importantes durante toda sua vida.
Filha de imigrantes, foi criada nos Estados Unidos, onde estudou e se formou bibliotecária, atividade que a acompanhou por quase toda a vida. Com o passar dos anos, foi desenvolvendo trabalho com poesia e se tornou ativista, trabalhando pela valorização das mulheres negras.
Com seu ativismo queria fortalecer as mulheres, especialmente as negras e as lésbicas. Também é reconhecida por ser uma das primeiras ativistas a tratar do feminismo interseccional, vertente do movimento feminista que leva em consideração as diferentes opressões enfrentadas pelas mulheres, marcadas por conflitos raciais e sociais.
Publicou alguns livros, dentre eles a coletânea de ensaios Irmã Outsider, publicada em 1984.
Audre foi diagnosticada com câncer mais de uma vez e lutou contra a doença por mais de uma década. Faleceu aos 58 anos em decorrência de um câncer de fígado.
19. Zilda Arns (1934-2010)
Zilda Arns Neumann foi uma médica, especializada em pediatria, que dedicou a vida profissional ao cuidado e tratamento de crianças carentes que sofriam de desnutrição.
Por influência de seu irmão, o arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns, criou a Pastoral da Criança com o objetivo de desenvolver um trabalho de redução dos níveis de desnutrição e mortalidade infantil das crianças brasileiras.
Zilda concentrou-se na Pastoral durante toda a vida e o trabalho se tornou sólido e reconhecido ao longo dos anos. Os projetos de atendimento chefiados pela médica chegaram a todo o país, inclusive nas regiões mais distantes, alcançando também países vizinhos.
A importância de seu trabalho na pastoral foi reconhecida inclusive fora do país e Zilda chegou a ser indicada para receber o Prêmio Nobel da Paz.
Faleceu em 2010, vítima de um terremoto no Haiti. Ela estava na cidade de Porto Príncipe a trabalho, coordenando atividades da Pastoral da Criança no país.
20. Elizabeth Eckford (1941)
Elizabeth Ann Eckford foi uma das primeiras pessoas negras a frequentar escolas para brancos nos Estados Unidos, tornando-se um dos símbolos da resistência negra contra a segregação social.
No início do processo do fim da segregação racial no país alguns poucos alunos negros começaram a frequentar as escolas que até então só recebiam alunos brancos e Elizabeth foi uma destas pessoas. Apesar de ter sofrido com violências e com o desagrado de outros alunos por sua presença, ela se manteve na escola.
A situação da jovem, que na época tinha apenas 15 anos, foi acompanhada pela imprensa e se tornou notícia no mundo. Assim, Elizabeth se tornou um símbolo do combate ao racismo no país.
21. Maria da Penha (1945)
Maria da Penha Maia Fernandes é uma mulher sobrevivente de violência doméstica. Durante seu casamento, que durou mais de 20 anos, foi agredida pelo marido diversas vezes. Em uma das agressões ela foi vítima de tentativa de homicídio. Foi atingida por disparos de uma arma de fogo. Sobreviveu, mas acabou ficando paraplégica.
O caso se tornou emblemático porque Maria enfrentou anos de batalhas judiciais até que conseguisse ver o ex-marido condenado. Para que a condenação acontecesse foram necessárias intervenções de órgãos internacionais como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Por toda a trajetória de luta Maria se tornou um símbolo brasileiro do combate à violência doméstica contra a mulher. A lei de combate a violência contra a mulher (lei nº 11.340/06), publicada em 2006, em sua homenagem, recebeu o nome de Lei Maria da Penha.
Hoje em dia Maria da Penha possui uma organização não governamental que leva seu nome. O Instituto Maria da Penha atua na educação e no combate à violência doméstica, além de acompanhar a aplicação da lei e a formulação de políticas públicas sobre o assunto.
Conheça mais sobre a importância da Lei Maria da Penha.
22. Lady Di (1961-1997)
Diana Frances Spencer nasceu em uma rica família inglesa que sempre teve proximidade com a Família Real Britânica. Estudou balé e música e foi professora infantil antes de entrar para a Família Real.
Casou-se com o Príncipe Charles aos vinte anos, com quem teve dois filhos: William e Harry. Segundo sua biografia oficial, o casamento não foi feliz, apesar de ter durado uma década.
Durante o tempo que esteve casada, Diana se envolveu com muitas causas nobres, usando sua imagem para chamar a atenção do mundo para a AIDS. Trabalhou com a Cruz Vermelha e outras dezenas de organizações humanitárias. Mesmo após o divórcio, continuou a trabalhar pelas causas dos mais necessitados.
Desde o noivado, foi perseguida por paparazzis e teve toda sua vida detalhadamente documentada pelos jornais britânicos. Foi e ainda é adorada pelo povo por sua simpatia, beleza e preocupação humanitária.
Em agosto de 1977 morreu em um trágico acidente de carro em Paris, quando era perseguida por paparazzis.
23. Chimamanda Adichie (1977)
A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie é uma das mais bem sucedidas da atualidade. Usa sua escrita como ferramenta de militância e escreve sobre feminismo, cultura africana, racismo e desigualdades sociais.
Ela começou a escrever ainda na faculdade e nesse período foi viver nos Estados Unidos. Timidamente começou a escrever para jornais e publicações universitárias. Depois de concluir a formação em comunicação e escrita, publicou seu primeiro livro.
Chimamanda ficou mais conhecida em 2012, quando participou de uma de uma conferência e sua apresentação viralizou. A apresentação "Todos devemos ser feministas" acabou virando um livro de grande sucesso.
Já publicou diversos livros, como Hibisco Roxo, Americanah e Para educar crianças feministas, e recebeu prêmios por algumas de suas publicações.
Além de escrever, a autora também viaja para dar palestras e participar de eventos compartilhando suas opiniões.
24. Marta (1986)
Marta Vieira da Silva é jogadora de futebol profissional e joga pela seleção brasileira desde 2003.
Em 2019 se tornou artilheira geral de todas as Copas do Mundo, com 17 gols marcados. Também foi artilheira de pelo menos mais cinco campeonatos.
Começou a jogar futebol aos 13 anos e profissionalmente passou por diversos clubes, no Brasil e no exterior. Passou pelo Vasco da Gama e pelo Santos e também jogou na Suécia e nos Estados Unidos.
É reconhecida por sua carreira no futebol e já recebeu diversos prêmios, entre eles a eleição como melhor jogadora do mundo. Marta recebeu essa premiação da FIFA seis vezes.
25. Malala Yousafzai (1997)
A jovem paquistanesa Malala Yousafzai é uma ativista pelo direito das meninas à educação. Se tornou conhecida aos 15 anos, quando se manifestou publicamente contra a proibição de estudo para as mulheres paquistanesas.
Por conta desse episódio e de sua coragem, foi considerada uma ameaça e sofreu um ataque de talibãs (membros de um grupo extremista do islamismo). Foi baleada ao sair da escola.
Depois de sobreviver ao episódio, tem dedicado a vida na luta pelo direito da educação. Ela viaja pelo mundo participando de encontros sobre a importância da educação e usa sua popularidade para conseguir financiamento para a educação das mulheres.
Sua história já foi contada em um livro (Eu sou Malala) e um documentário que leva seu nome.
Malala foi a mais jovem premiada com um Nobel da Paz, recebeu a premiação aos 17 anos, como reconhecimento pelo trabalho que tem feito.
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